quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Apenas um sopro de ar puro...

Este ano está sendo sufocante... Não só pela Universidade, mas também pela forma que está acontecendo tanta coisa ao mesmo tempo. Nesta postagem vou derramar mais de mim do que eu coloco normalmente. Este está sendo o ano que eu mais estou crescendo espiritualmente, mas parece que nesse crescimento estou me esquecendo do resto.

Impressionante como me perdi dentro de mim.

Então, nessa terça, dia 07, tive um daqueles momentos mega filosóficos em que você fica pensando na vida e, de certa forma, eu sei que Deus falou comigo. E foi bom.

Tive que ir no alistamento militar nesse dia e, infelizmente, fui convocado para a Seleção Geral que ia acontecer na Quinta. Não estava nem um pouco animado para isso. Depois que cheguei em casa, procurei algum canto para ficar e fui tentar rir um pouco na internet enquanto fazia o relatório. Deu certo (rir, não o relatório), e fiz tudo apressado... Como sempre.

Tirando a parte de ter ido me alistar, o dia foi tão rotineiro quanto os outros. E ainda tinha aula de Álgebra, que não estava nenhum pouco afim de assistir. Então eu fiz bastante hora para me arrumar. Fiz tentei fazer alguns exercício físico, uma pequena turnê musical no banheiro e comi bem devagar... Aí meu pai, que tinha saído com minha mãe, chega e pergunta se eu queria que ele fosse me deixar de moto na universidade... Aceitei pra não deixar ele 'na merda'. E acabei chegando relativamente cedo lá.

Chegando lá, fui andando para meu bloco automaticamente, meu fone que estava só com um lado funcionando estava tocando Wherever You Will Go. O que não ajudou muito para animar o momento. Cheguei no bloco e parei de repente. Eu não queria entrar lá, não agora, estava esgotado, mas não sei do quê... Não fiz nada. Sentei na escada do bloco e fiquei lá ouvindo música, observando as pessoas passarem, me perguntando sobre a vida delas, se estão bem, com que olhos costumam ver o mundo... Até que cansei de ficar sentado ali, em um canto que não queria estar, e comecei a andar.

Mudei a música, peguei a mochila que havia largado ao meu lado e sai. Não sabia pra onde iria, tinha que entregar o relatório, só queria ficar um tempo sozinho fazendo nada. Só... Respirando.

Então comecei a prestar mais atenção ao meu redor. Não pensar como as pessoas geralmente pensam, que existe o passado, o presente e o futuro. Não. Só quis ficar no agora, afinal, é só isso que nós temos. O passado é intocável, o futuro ninguém sabe. Não vivemos em um vídeo do YouTube, onde tem uma barrinha de carregamento que o vermelho é o que você já viveu e o branco o que você sabe do seu futuro... É mais e menos do que isso, ao mesmo tempo. Ainda com o exemplo da barrinha, o tempo é só aquela bolinha branca, no meio do vermelho e do branco, que anda para frente. Nada mais.

Eu sei, eu viajo de mais. Mas que graça teria a vida se eu não fizesse isso? Essas coisas vinham a minha mente sem permissão enquanto eu caminhava. Até que, de novo, parei. Uma cena me chamou atenção. Um cara tava cortando uma grama verde tão bonita que não entendi porquê que ele estava fazendo isso. E, não me pergunte porquê, achei a cena bonita. Então eu tirei o celular do bolso e bati uma foto. Sim, é está aqui do lado.

Não me pergunte porquê eu bati, foi uma ideia do momento. Enfim, continuei andando... Tinha decidido que queria ir a algum lugar deserto, em algum lugar do campus, e foi o que fui procurar. Assim, a andar sem rumo... Cheguei na praça das mangueiras, o campus foi construído ao redor desta praça. Achava que iria estar deserto neste horário, mas não... Tinha umas 4 pessoas lá. Tudo bem, o lugar é grande e tinha espaço para eu ficar só, mas não era assim que eu queria. Então passei por lá e passei por dentro de um 'corredor' que tem por lá... Tinha lembrado de um lugar onde eu tinha ficado sentado certa vez, mas tinha pessoas lá também. Engraçado como sempre tem alguém nos lugares.

Acabei voltando para as mangueiras, mas só pra dar uma volta e sair do outro lado. O lado que vai dar no R.U., o Restaurante Universitário, e outra cena me chamou a atenção... Tinha uma planta, que balançava-se tão suavemente com o vento que queria filmar aquilo com o cérebro. Mas só bati uma foto. Não sei porquê, gosto de fazer isso. É como se você guardasse um ponto onde a bolinha do vídeo está em algum lugar, mesmo sabendo que não dá para voltar...

Enfim, viajo de mais. Continuei andando e fiquei em frente ao R.U. e vi aquele 'bloco' que não havia entrado ainda. O Centro de Artes. E lembrei de alguém me falando que lá dificilmente tinha gente em algum lugar do bloco que não fosse as salas. Perfeito.

Entrei lá, achei o lugar bem... Diferente. O bloco é em um formato de 'meia - lua' onde o lado 'aberto' mostra uma vegetação que me é bastante estranha na cidade... E estava deserto. Troquei novamente a música, dessa vez pra uma um pouco mais alegre, no estilo de Pompeii e fui andando pelo bloco.

Logo percebi que ainda estava em construção pois, logo na entrada, havia uma estrutura que não tinha sido acabada e, mais no final do bloco, havia umas obras em andamento. Estava andando até o final do bloco, observando, até que acabei e fui voltando em direção a entrada. Até que vi um gato. Ele estava tão tranquilo, de olhos fechados, sentindo o ventinho que batia em seu rosto, enquanto mexia o rabo. Percebi que ele estava fazendo o que eu queria fazer, apenas respirar. Ficar só no agora por alguns instantes. E resolvi chegar um pouco mais perto dele. Antes de ele me perceber, consegui tirar uma foto.

"Estou fotografo de mais hoje..." Pensei ligeiramente, o que me arrancou um sorrisinho. Estava precisando de um tempinho comigo, e estava conseguindo, mas queria mais... Queria conversar comigo.

Voltando pra entrada, percebi que na parte da obra que não havia sido finalizada ainda tinha um lugar que ninguém ia, virado para a vegetação, e fui sentar lá.

No cantinho, mais ou menos perto do gato, tinha uma árvore. Parecia que ele olhava para ela e pedia pra eu olhar também... Então me virei e vi uma árvore sozinha, entre a vegetação e o bloco. Me identifiquei com ela. Bati outra foto.
Continuei andando em direção a entrada. Cheguei na pontinha, coloquei a mochila do lado e olhei ao meu redor, essa era a vista que eu tinha.


Tinha uns pássaros voando de árvore em árvore, cantando, conversando em 'passaranês' e achei isso muito bonito. Então eu fechei os olhos, limpei minha mente, pensei somente em como está 'conversa' entre eles era bonita e como o vento parecia continuar a melodia criada, entrado em meus pulmões pelo nariz e em meu cérebro pelos meus ouvidos. Estava ficando somente naquele momento, relaxando, respirando. Confesso que é ótimo sentir um ar puro entrando nos pulmões.

Não sei quanto tempo fiquei assim, alguns momentos, segundos, minutos... E não me importo. Só queria sentir. Então este momento me fez lembrar de uma música que havia escutado quando estava indo dormir, quando o celular estava no aleatório, e fui procurar ela pelo histórico de reprodução. Não achei de primeira, mas achei uma que capitava tão bem o momento que parecia que o autor tinha pensado neste momento ao escrever a melodia, o nome era Beyond This Moment, do Patric O'Hearn. E, no decorrer dos minutos, da música eu fiquei admirando a natureza ao meu redor... É tão bonita.

Fiquei lá, parado, de olhos fechados, sentindo o vento, até a música acabar... Aí eu lembrei que não era ela. E fui procurar mais. Até que encontrei. Tão melodiosa quanto eu lembrava. Com cantos de pássaros e toques de piano. Lindo. Mas dessa vez não fiquei de olhos fechados, fiquei de olhos abertos, olhando a Criação... A Criação... Então eu me lembro de um pequeno versículo... Nada de mais.

Naquele momento que Deus fez a criação, olhou para o que fez, e viu que ficou bom. Finalmente entendi esse "e viu que ficou bom". Imagino Deus com lágrimas nos olhos, olhando a Criação, e sorrindo pensando nas histórias que muitos viveriam ali... E neste momento quê estava sozinho, observando a Criação, fui eu que fiquei com lágrimas nos olhos.

Não sei porquê, mas isso me tocou profundamente. Arrancou alguma coisa lá de dentro e me fez ficar bem, em paz. E aí foi eu também dei um sorriso bobo e disse o meu mais simples, mas o meu mais sincero "obrigado".

Então me virei e vi que não estava sozinho, ainda com a música tocando ao fundo, vi que tinha um cãozinho do meu lado. Eu já tinha visto ele, antes de entrar ali, mas não sabia que ele tinha me seguido. Quando olhei para ele, ele olhou de volta e começou a se afastar. Parecia com medo. Até que ele parou perto de uma árvore e ficou olhando pra mim. Achei a cena intrigante... Então bati uma foto antes que a cena se desfizesse.

Gostei muito desse momento, me ajudou bastante. Até que olhei o relógio e percebo que... A aula começa em 20 minutos. Tinha que ir, mas fui só pelo relatório.

Olhei para baixo, e vi uns galhos com uma folha, bem verde, no meio de tanto marrom... Achei a cena linda. Da para perceber que essa postagem tá parecendo um álbum de fotos, e é mesmo. Gosto de bater fotos, é um hobby meu, assim como fazer Origamis também é.

Peguei a mochila e fui andando, mas dessa vez mais feliz. Estava de bem comigo novamente. Tava precisando disso. E agora o mundo pareceu ficar mais colorido. Me levantei e vi outra árvore. Dela que vinha os cantos dos pássaros, era lá que eles estavam conversando. Me levantei e fui lá devagar... Não queria espantá-los. O que não deu muito certo. Acabei só batendo uma foto da árvore tentando pegar os pássaros, mas ficou bonita. Era uma bela árvore.

Passei pela praça, não demorei muito lá. E fui andando rumo ao meu bloco de aulas, voltando para o Centro de Tecnologias da Universidade...

Fui por um caminho um pouco diferente, passei por uma passagem do lado da Xerox da Universidade conhece, a Bio-Xerox, e dobrei na 'esquina' logo ao lado dela. Chegando lá, olhei pro chão, tinha umas folhas caídas com várias formiguinhas andando e achei interessante... "Vai aprender com a formiga, preguiçoso!", pensei logo nesse provérbio. Vi uma formiguinha em cima de uma folha. Fui tentar tirar uma foto, tava querendo guardar cada instante desse momento que estava tão bem comigo. Mas, quando fui bater, ela saiu da folha correndo.

Então levantei os olhos e vi um céu azul lindo, sem nenhuma nuvem, emoldurado pela coroa de folhas de algumas árvores. Achei a cena linda, queria guardar tudo o que estava vendo neste momento que estava tão bem, vendo o mundo de maneira tão diferente, para poder lembrar depois... Claro que exagerei nas fotos, mas estava feliz e queria lembrar disso mais tarde... Que fiz algo que eu realmente queria fazer naquela hora.


Achei bonita essa foto, observei ela enquanto andava, e fiquei olhando as outras que eu bati e pensei "não sei porquê estou fazendo isso, mas dane-se, estou relaxando.". Fiquei com vontade de fazer um mandala, um origami legal que se dobra e desdobra, acho que vou fazer um quando acabar essa postagem. Enfim, viajei. Olhei para baixo e vi um maço de capim com muitas formigas. Depois daquela foto com a folha, eu queria bater uma com uma formiga parada. Não deu certo, claro. Cheguei perto e todas correram antes de colocar o dedo na tela. Mas era um belo maço de capim, pelo menos.

Continuei andando, estava parando de mais. Dessa vez não guardei o celular, sabia que ia querer dar um outro clique logo logo. Coloquei Pompeii para tocar e continuei caminhando.

Gosto dessa música... As vezes me vejo nela, sei lá. Algumas músicas são como espelhos, em que você se vê nelas, e outras como retratos, onde o compositor quis guardar algum momento, algum sentimento... Enfim, viajei novamente. Tava ocupado sentindo a luz do sol e o vento em vez de reclamar do calor e do cabelo bagunçado enquanto tocava uma trilha sonora inspiradora. Me senti parte de algo como nunca mais tinha me sentido... Pensei nas coisas que compartilhamos com todos. Ar, água, todos temos moléculas, todos somos feitos de átomos. Somos peças de um grande quebra-cabeça chamado Terra.

Isso me alegrou um pouco, me fez parecer parte de algo. Todo ser humano tem essa necessidade. Ser parte de algo, ser sociável, ser alguém. É estranho como levam isso a sério de mais enquanto isso é tão simples... Basta viver como realmente se deve, ficando no momento. Não se prender no passado e nem se jogar no futuro.

Mais uma vez, viajei. É legal quando isso acontece, mas as vezes é exagerado de mais. Enfim. Onde estava? A, estava caminhando rumo ao C.T., ouvindo música e prestando atenção nos detalhes. Aqueles que todo mundo ignora. Até que vi uma plantinha, sozinha, no chão que estava mais ou menos na altura de meus olhos. Gostei dela, acho que essa foi minha foto favorita.

Gostei dela, não sei porquê. Enfim, continuei andando. Sentindo calor agora... Não estava reclamando, mas estava suando. Suar é tão... Grudento. E parei, de novo, dessa vez olhando o sol... Bati uma foto da luz, coisa idiota, e tentei pegar ela junto com as folhas...

Estava fazendo hora. Sempre exagero nisso. Enfim, viajei novamente. Estava bem depois do momento que passei respirando sentado, nada mais. Gostei disso, devia fazer mais vezes, é revigorante. Então coloquei a mesma música que ouvi quando me emocionei. Gostei dela, o toque dos pássaros. Sim, nem disse o nome da música. É a Wake me, do Message to bears, no álbum Folding Leaves. É relaxante, recomendo.

Dessa vez, prestei mais atenção nela enquanto andava... Como as notas se completam formando uma melodia, como uma construção. Uma construção que não é para ser vista, mas sentida. Gostei dessa ideia.

Estava ficando atrasado, então acelerei o passo. Em uma postagem tão grande assim parece que é quilômetros de distância, mas é pertinho. Só tem que andar um pouquinho. Atravessei a rua de tijolos, cheguei no C.T., missão completa. Em parte pelo menos, tinha que chegar no bloco ainda, mas bati uma foto para registrar o momento. Sou besta, eu sei.

Apressei, era quase o horário da aula, tinha que entregar esse bendito relatório para me livra logo desse troço. A parte do C.T. é bem bonita também, mas é impossível você não sentir falta de algumas coisas que percebe-se que tinha no projeto original. Uma estrutura faltando aqui, uma árvore que devia estar ali. Acontece, o tempo faz isso com os lugares.

Passei pelo bloco principal do C.T. e vi umas flores bonitas que quis tirar uma foto. Eram tão... Coloridas. Gosto de olhar as coisas desse jeito, como se fosse a primeira vez, o que é se você parar pra pensar. Tipo, quando você vê alguma coisa, a próxima vez que você observa-lá será outro você, um pouco diferente de antes, que estará vendo isso pela segunda vez, mas a primeira segunda vez. Quando fui bater a foto o celular enlouqueceu e tive que reinicia-lo. Frustante esperar quando se está ficando atrasado. Mas foi o jeito, só sairia depois que tirasse essas duas fotos. Então, assim que ele ligou, abri a tela, apertei na câmera, limpei a lente e dei os cliques.

Gostei de passar este momento sozinho, foi libertador. Corri pra sala depois disso. Acabou que, quando cheguei lá, a professora ainda não tinha entrado porquê o outro professor tava fazendo hora para sair. Então tive que esperar ainda... Entrando na sala, ela deu a matéria normalmente, entreguei o relatório e sai. Ainda pensando nos momentos que tinha vivido hoje. Foram bons. E assim foi minha Terça-Feira até eu chegar em casa e começar a escrever este post, que aliás só acabei no dia seguinte.

... ... ...

Olá pessoas! Se chegaram até aqui, vocês são fortes. Estava inspirado e acabei criando a maior postagem da história deste blog. Com certeza quase ninguém vai ler isto até o fim e alguns vão só ver as fotografias, mas só queria guardar e compartilhar com vocês estes pensamentos.

Tá difícil de postar por aqui... Mas sempre que tiver alguma crise inspiradora como essa, estarei aqui. Sim, estas fotos estão editadas, claro.c Ah o Google Fotos, um aplicativo do meu celular, sempre faz um backup das fotos e cria uma "História" que as vezes eu compartilho depois no Google+. Ele criou uma bem legal, nela estão as fotos originais, tudo em um visual bem legal. Para quem quiser ver, é só clicar na foto ao lado.

Obrigado por visitarem meu blog! \õ/

O que seria da vida sem algumas viagens, né?